O preço da escalada

Vulcão Villarica, desafio máximo no inverno

Subida desgastante e cansativa

No topo ao lado da cratera do Vulcão


Perros Lokos unidos no cume do Villarica



Descida extremamente perigosa

Como é de costume nas nossas viagens, tiramos um dia para praticar esportes alternativos (dia do sacrifício). Depois do "passeio" de caiaque de 6 horas no ano passado, esse ano resolvemos fazer algo diferente.
Nosso objetivo final: Escalar o Villarica, vulcão ativo com uma cratera de 200 metros de diametro, um lago de "lava" com cerca de 1250 graus e fumarolas permamentes. Está coberto por um Glacial de cerca de 40 km, é um vulcão bastante ativo apresentando até o momento cerca de 59 erupções históricas, a última foi uma erupção menor entre 1985 e 1989.
Acordamos cedo com o motorista da van da Trancura (empresa que presta serviços de Eco-Turismo) batendo na porta. Pegamos alguns equipamentos, conhecemos o nosso guia e fomos até a base do Vulcão, onde se encontra a estação de esqui de Pucon. Apenas na base da montanha saberiamos se poderíamos subir ou não devido as condições rigorosas do inverno 2007. Por sorte era um dia de Sol e pouco vento.
Eram 9:15h da manhã e começamos a subida, onde fica o primeiro lift e a venda de ingressos da estação de esqui de Pucon. Para arrempedimento de todos resolvemos ir sem usar o lift, o que teria nos economizado cerca de uma hora e meia de escalada. Por volta das 11h o André já estava querendo desistir, reclamando de dores nas pernas, conversamos com o guia e o mesmo nos disse que não podiamos nos separar, continuamos a escalada, as 12:50 paramos para comer, o local tem uma vista fantástica, todos de barriga cheia, fomos ao sofrimento de novo. Quanto mais subiamos mais bonita ficava a paisagem ao redor, mais frio, mais vento e mais dura a neve ficava, o que tornava a subida mais perigosa e mais difícil. As 2:20 pm paramos em um platô para deixar as mochilas, segundo o guia no topo estaria ventando muito e sem as mochilas facilitaria um pouco, nesse momento encontramos outra expedição que já voltava do cume. A troca de informações foi fundamental, o horário já não ajudava muito, no início da escalada o guia nos disse que subiriamos até as 2h e onde estivessemos iriamos voltar, mas nesse momento enquanto conversava com o outro guia disse que nos levaria ao cume por causa da nossa simpatia. Continuamos a subida e dai pra frente o frio aumentou muito e o vento também, chegamos ao topo as 3:20 da tarde o que no total deu 6h de escalada, no altimetro estava marcando 2880mt, na realidade o vulcão tem 2847mt, tiramos várias fotos e fizemos algumas filmagens, queriamos ter ficado mais tempo mas não era possível pois já estava muito tarde e ainda tinhamos que descer. A descida costuma ser mais perigosa, pois além da inclinação o cansaço é enorme em todos. Valeu a pena a subida pois a cratera do vulcão é inimaginável, um lugar diferente, sombrio e bastante fedorento. Redemoinhos de vento e fumaça fazem parte do cartão postal. Valeu a pena todo o esforço, estar em um lugar inóspito por alguns minutos é bem surreal. A sensação é de fazer parte de algum documentario do Discovery Channel. O André nessa hora nem falava mais, estava morto de cansaço, com muitas dores. Ele ao longo da escalada já tinha tentado 4 vezes voltar ou ficar parado esperando os outros atacarem o cume, mas o guia não deixou, ainda bem porque não seria a mesma coisa sem todos da trip. O André ainda conseguiu um pedaço de "lava" que vai ficar de lembrança dessa ralação. Perro Reco.
Quando fomos devolver os equipamentos, todos estavam surpresos, ninguém da trancura acreditava que "aqueles" brasileiros debochados iriam subir até o cume em pleno inverno.

PERROS LOKOS 1 X 0 VULCAN VILLARICA
"Agradeço ao Guilherme por ter carregado a minha mochila na parte final da subida, agradeço ao Mendigo por ter me dado bastante apoio "moral" na descida, Agradeço ao Reco pela paciência. A vida é repleta de desafios, a superação é um troféu que não tem preço. A união do grupo nos fez vencer mais este desafio" Perro Zorrino